domingo, fevereiro 12

Cirurgias gástricas podem acabar

Viva a todos e a todas,
Já há muito que sentia-me revoltado com este nosso governo, mas eu não vou entrar em politicas porque não vale mesmo a pena.
Hoje li um email do nosso parceiro ADEXO indicando que as cirurgias gástricas patrocinadas pelo estado irão acabar.
Acho uma injustiça por completo... A obesidade é uma doença comprovada, e como tal, têm que ser tratada e além disso existem curadas para isso.
O estado deixa morrer pessoas com Cancro ou com outro tipo de tratamento curável???
Sinceramente é algo que me repugna, a maneira como o Governo trata os obesos...
Não vou comentar mais porque sinceramente estou muito revoltado com isto tudo e temo dizer coisas que não deva.

Eis a carta enviada pela ADEXO a todos os seus sócios e parceiros.

"Conclusões de índole política do VI Congresso Nacional de Cirurgia da Obesidade e Doenças Metabólicas
Realizou-se nos passados dias 3 e 4 de Fevereiro, no CCB em Lisboa, o VI Congresso de Cirurgia da Obesidade e Doenças Metabólicas sob a presidência honorária do Dr. Celso Silva e presidência do Dr. Mário Neves.
Do primeiro painel de oradores moderado pelo Dr. Mário Neves Presidente da SPCO fizeram parte o Dr. Francisco George, DGS, Dr. Silva Nunes, GTATCO, Dr. Pedro Gomes, SIGIC, Cmdt. Carlos Oliveira, Adexo e Dr, Rodrigo Costa e Silva, Advance Care.

No decorrer da apresentação e debate foi divulgada informação pertinente sobre o tratamento da obesidade que convém divulgar pelos nossos associados. 

No que se refere ao PTCO, (Programa de Tratamento Cirúrgico da Obesidade) tomámos conhecimento das alterações profundas que este vai sofrer a nível de financiamento, mantendo-se, no entanto, em vigor, uma vez que não foi revogada a portaria que o instituiu. O Dr. Pedro Gomes, na sua alocução, referiu que existem actualmente dois mil doentes em lista de espera para cirurgia, cabendo a cada hospital a gestão da mesma, em concorrência com as cirurgias gerais. Os doentes que não possam ser tratados nos hospitais públicos atempadamente serão transferidos para os hospitais privados, suportando o hospital de envio a verba a pagar aos convencionados.

No entanto, o Dr. Pedro Gomes não falou da lista de doentes em preparação e da lista de doentes à espera da primeira consulta.

A PRESENTE SITUAÇÃO VAI FAZER COM QUE OS HOSPITAIS PÚBLICOS DEIXEM DE TRATAR A OBESIDADE

Embora se trate de uma doença crónica com solução cirúrgica, esta cirurgia nunca foi integrada no SIGIC. Actualmente, um hospital público recebe cerca de 5000€ para colocação duma banda e cerca de 8000€ para efectuar um by-pass gástrico com acompanhamento do doente por 3 anos.
Com a entrada em vigor destas novas medidas de financiamento dos hospitais públicos, estes vão receber cerca de 3000€ por qualquer técnica cirúrgica e, se ao fim de 6 meses, não tiverem operado o doente, o SIGIC, automaticamente passará um cheque de cirurgia para um hospital privado, tendo o hospital público de origem, de pagar cerca de 8000€ ao hospital para onde este doente foi transferido.

Obviamente os gestores hospitalares não irão aceitar essa situação e, não existindo meios técnicos suficientes para erradicar as listas de espera, os hospitais vão simplesmente deixar de ser centros de tratamento da obesidade.

A Adexo considera esta medida a maior discriminação que ocorrerá no país em relação ao doente obeso que ficará totalmente desprovido de tratamento e coloca seriamente em risco tudo o que foi conseguido de positivo para os doentes obesos com os governos anteriores.

Tratando-se de uma medida indigna e injusta, envidaremos todos os esforços para que não seja posta em prática.

Em Junho de 2011 endereçámos ao ministro da Saúde um pedido de reunião, o qual não obteve ainda resposta. Esta semana voltámos a insistir numa entrevista com o ministro ou secretário de Estado. No caso de omissão por parte da tutela adoptaremos outra forma de contacto e de postura. Calados não ficaremos!"

Enfim é algo a lamentar e sinceramente se houver algo que eu possa fazer, eu irei fazer...

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